Beyoncé e a cultura cowboy
Beyoncé e a cultura cowboy
Novo álbum da cantora é mais do que música, é um movimento
Bom dia!
Na news de hoje:
Beyoncé e a Cultura Cowboy
Livro resgate história dos cowboys negros
3 Projetos Incríveis de Arquitetura
Uma Frase pra Refletir 🤯🤔
Last Song: This ain't Texas
Beyoncé e a Cultura Cowboy
Surpresa boa este novo álbum da Beyoncé, Cowboy Carter. Pra mim, é o trabalho mais maduro dela até hoje. No início, quando começaram a surgir as imagens dela e do Pharrel (colaborador do disco) vestidos de cowboy, pensei: que raios eles estão trabalhando sobre uma cultura associada aos brancos conservadores e em uma região historicamente racista?
E conversando com minha amiga Iza Dezon, pesquisadora de comportamento, ela me disse que eles, juntos a outros artistas, estão reivindicando sua história e o legado cultural da cultura country negra, da música ao rodeio.
Assisti a um vídeo muito interessante do Pretitudes, onde @pretaletrada e @ismaelcarvalhoss conduzem uma ótima pesquisa sobre a presença dos cowboys negros na cultura americana, contextualizando o novo álbum da Bey.
Além de toda essa contribuição cultural, achei Cowboy Carter o ápice musical de Beyoncé, seu trabalho mais livre. Para quem ainda não ouviu, vale ressaltar que não se trata apenas de um disco country. Ele homenageia ícones do gênero, como Willie Nelson e Dolly Parton, e também apresenta novos talentos, como Willie Jones, mas vai muito além nas 27 músicas que vão do country ao hip hop, sempre com uma perspectiva fresca e a colaboração de jovens artistas, tanto na coautoria das canções quanto na produção. E claro, tem o hit pronto Texas Hold ‘Em (ouça ao final da news), e tem lindezas como 16 Carriages e American Requiem, esta produzida junto com o músico que eu amo, o Jon Baptiste.
Achei bonito o cover de Blackbird, dos Beatles, uma música que Paul McCartney escreveu em homenagem aos “Little Rock Nine”, um grupo de nove estudantes negros que enfrentaram discriminação após se matricularem na escola totalmente branca de Little Rock, Arkansas, em 1957.
Os álbuns de Beyoncé não são apenas experiências musicais e visuais incríveis, mas também têm um pano de fundo que aborda questões históricas e dinâmicas de poder, sempre abrindo novas portas de conversas e discussões. É pra gente falar sobre e não apenas ouvir. Ver todos os artistas envolvidos postando e falando sobre, espalhando a energia da importância deste álbum me faz pensar que ele não é apenas um disco ou uma playlist, mas um grande movimento.
Black Rodeo
Junto com o álbum Cowboy Carter, saíram também vários artigos sobre a ultura do cowboy negro, com registros históricos e livros incríveis de fotografia. Um deles é o Eight Seconds: Black Rodeo Culture, de Ivan McClellan, que oferece um olhar sobre a história do cowboy negro nos Estados Unidos.
Em 2015, ele participou do Roy LeBlanc Invitational em Oklahoma, o rodeio negro mais antigo do país, e a partir daí embarcou em uma viagem por todo o país, elaborando uma visão multifacetada da cultura negra contemporânea de rodeio, que virou este livro.
O título do livro refere-se ao tempo que as pessoas devem permanecer em cima de um touro - oito segundos.
Archi-Beauty
O Prêmio Mies van der Rohe é um dos mais imprtantes da arquitetura contemporânea na Europa. Recentemente, eles anunciaram seus sete finalistas, vindos de seis países, e três projetos me chamaram atenção.
Pavilhão de Estudos da Universidade de Braunschweig (Alemanha), Gustav Düsing & Max Hacke
A Biblioteca Gabriel Garcia Márquez está localizada num denso nó urbano da cidade de Barcelona, e é precisamente este contexto que faz com que a geometria da construção se adapte às condições do ambiente, replicando o chanfro, um recurso urbano típico de Barcelona. que é consistentemente encontrado nos arredores desta metrópole.
Novo edifício de campus da faculdade pensado para atender o ambiente acadêmico em um mundo pós-pandemia. É quase uma reinveção do campus, num espaço que convida a leitura, ao estudo, a pesquisa e ao convívio coletivo.
Convento Saint-François, na Córsega (França), Amelia Tavella Arquitetos
De chorar de lindo esse trabalho. A arquiteta Amelia Tavella, natural da Córsega, recriou um espaço que estava em ruína neste convento de 1480. “Optei por manter as ruínas e substituir a parte destruída, a parte fantasma, por uma obra de cobre que se chama a Casa do Território", conta. “Eu não retiro do lugar. Eu penduro, amarro, fixo, deslizo, apoiando sempre no piso inicial, na obra original".
Biblioteca Gabriel García Márquez (Barcelona), SUMA Arquitectura
Localizada num movimentado bairro de Barcelona, ela é uma das bibliotecas mais bonitas que já vi. Toda conectada e servida de muita luz natural. “Sua relevância não se baseia nos programas e atividades que abriga e que poderiam acontecer em qualquer outro lugar, mas sim, na intensidade espacial única e em suas qualidades como ecossistema", explica o escritório.
“You cannot swim for new horizons until you have courage to lose sight of the shore”.
“Você não pode nadar em busca de novos horizontes até ter coragem de perder a terra de vista.”
William Faulkner
E pra encerrar 👋 💋
We headin' to the dive bar we always thought was nice
Texas Hold ‘Em, Beyoncé