O fim do "eco-friendly"
Termos amigos da natureza estão com os dias contados; entenda melhor
Bom dia!
Na news de hoje:
Greenwashing: Termos como eco-friendly estão com os dias contados
Virtual Insanity: Minha 1ª exeriência com VR
Um podcast: O chatGPT explicado sem firulas
Menino bonito: Kalu, novo modelo pra ficar de olho
Goodbye, so long, farewell: Viva Portishead!
Greenwashing: Termos como eco-friendly estão com os dias contados
As agências de publicidade da União Europeia e da Inglaterra estão fechando o cerco para termos como ecologicamente correto, amigo da natureza e neutro em carbono. Eles não serão mais aceitos em serviços e produtos ou precisarão comprovar suas declarações verdes que prometem um impacto ambiental positivo.
Hoje em dia essa comunicação está por todos os lados: embalagens feitas de 30% de plástico reciclado, mel amigo das abelhas, viagem com compensação de carbono são algumas das frases que vemos na divulgação de produtos.
A União Europeia fez uma pesquisa em 2020 em que descobriu que 53% das alegações ambientais de produtos eram “vagas, enganosas ou infundadas”. As autoridades também denunciaram que 42% dos produtos verdes eram “falsos ou enganosos” em outra pesquisa no mesmo ano.
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94% dos europeus dizem que proteger o meio ambiente é importante para eles pessoalmente
68% concordam que seus hábitos de consumo afetam adversamente o meio ambiente na Europa e globalmente.
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Essa iniciativa faz parte do European Green Deal (também chamado de Green Transition), um pacote de iniciativas políticas, que visa colocar a UE no caminho para uma transição verde, com o objetivo final de alcançar a neutralidade climática até 2050.
Paralelamente a isso, um grupo formado pelos jornais The Guardian e Die Zeit, em parceria com a ONG de jornalismo investigativo SourceMaterial, conduziu uma investigação durante nove meses que descobriu que mais de 90% das compensações de carbono feitas pelo principal órgão certificador são “créditos fantasmas” e não representam reduções genuínas de carbono.
Este órgão chama-se Verra e está por trás do principal programa de crédito de carbono do mundo. Empresas como Gucci, Shell e Disney estão entre as grandes corporações que investiram na Verra.
Ou seja: há anos vemos empresas gastando milhões pra compensar carbono e a verdade é que, de acordo com este grande levantamento, essas tentativas são inúteis. E nós não sabemos de nada. É decepcionante e assustador.
Por essa a gente não esperava.
No Reino Unido, empresas que praticam o greenwashing já estão enfrentando multas exorbitantes por alegações enganosas. A nova legislação pode levar as empresas a serem multadas em milhões de libras por fazerem afirmações ambientais não comprovadas para vender seus produtos.
“É fácil ganhar dinheiro dizendo: 'se você comprar esses produtos, poderá fazer a diferença'. Muitas dessas alegações são enganosas e não são apoiadas por evidências”.
George Harding-Rolls, diretor da Changing Markets Foundation
Caso Hyundai
Quando o carro Hyundai Nexo movido a hidrogênio foi lançado no Reino Unido, foi descrito como “tão lindamente limpo” que “purifica o ar à medida que avança”.
A empresa disse que, se 10 mil de seus carros estivessem nas ruas, a redução das emissões de carbono seria “equivalente ao plantio de 60.000 árvores”.
A sugestão de que o novo carro poderia ser dirigido sem deixar nenhuma poluição parecia quase boa demais para ser verdade e, em junho de 2021, o regulador de publicidade decidiu que sim, seria bom se fosse verdade, mas não era.
A Advertising Standards Authority (ASA) descobriu que, embora o carro filtre o ar que entra, ele ainda libera poluentes do desgaste dos pneus e freios, sendo os pneus de estrada uma grande fonte de poluição por partículas tóxicas. A Hyundai disse que não pretendia sugerir que o veículo não deixava partículas no ar, mas a ASA determinou que o anúncio era enganoso e não deveria ser usado novamente.
Conclusão: o poder de mudança real só vem com conhecimento e educação. Nós precisamos nos educar enquanto consumidores, profissionais, empresários, comunicadores, mães e pais para tomar a decisão certa tanto na hora de comprar quanto na horade vender.
Onde saber mais: Fashion Revolution Brasil e European Commission
Minha primeira experiência com VR
Estava na casa de uma amiga na mata e vi o filho dela com aqueles óculos de realidade virtual.
- Ele tá jogando? Posso experimentar?
Eu sempre tive vontade de fazer essa imersão. Já li inúmeros relatos sobre como, cada vez mais, essa tecnologia é capaz de fazer a gente sentir sensações absurdas sem sair do sofá. Bom, lá fui eu.
O jogo em questão era uma aventura tipo Indiana Jones (para os leitores Millennials em diante, busquem no Google - ou no chatGPT). Só que - e este é um grande e enfático “só que” - eu tive que entrar no jogo a partir de onde o filho da minha amiga saiu, senão ele teria que recomeçar e perderia todos os seus pontos e etapas conquistadas.
Fechei os olhos para colocar os óculos e quando abri, a cena era essa:
O meu ponto de partida era simplesmente… um abismo. Dentro de uma caverna. Altíssima. Eu mal tinha espaço para os meus dois pés. Jesuis amado, eu só lembro que dei um berro, quase caí de desequilíbrio e tirei o óculos. Senti medo, frio na barriga, vertigem… Eu “de verdade” estava naquele lugar, a um segundo de despencar. Gente, a vida real já é difícil e eu vou sofrer no jogo também? Eu quero é entrar num game que me leve pra um spa no alto de uma montanha, onde eu possa entrar numa água termal envolta por picos nevados 😂 Ou prum show do Bowie, John Lennon e Bob Marley juntos, mas não pra um abismo.
Fiquei pensando nas crianças, adoles e adultos que vivem com certa frequência essas emoções e sensações ultra fortes - basta colocar o óculos. Naturalmente a vida real não funciona assim - e quando passamos por algo que dá medo, são experiências que, pudéssemos escolher, gostaríamos de não ter vivido. Como será enfrentar um dia de tédio? Um dia normal no trabalho? Tem espaço para dias chatos? Para a rotina? Para o silêncio? Tenho pensado nisso porque, cada vez mais, esse tipo de imersão fará parte das nossas vidas e terá um impacto em como lidamos com nossos desafios fora do jogo.
Podcast: entenda o chatGPT
Tech Fusion é o podcast que eu faço com minhas duas amigas Gigi Casimiro e Joy Pires, duas mulheres com conhecimento incrível de tech e biodesign. No terceiro episódio, a gente conversa fala o chatGPT, esse termo que tem causado tanta admiração quanto ansiedade nas pessoas. A gente conversa de uma forma fluída, leve e honesta e abordamos o assunto desde as novas oportunidades que estão surgindo às profissões que serão transformadas ou substituídas pela ferramenta de Inteligência Artificial. E claro, a parte ética não pode ficar de fora de nada relacionado à tecnologia, especialmente quando envolve comunicação. Os outros episódios são sobre Inteligência Artificial e uma super entrevista com o mestre fotógrafo Nick Knight. Escuta aí!
Kalu, um menino pra fica de olho
Kalu Maia mal começou sua carreira como modelo e já foi um dos meninos que mais desfilaram na mais recente edição do São Paulo Fashion Week. Kalu faz parte de uma nova turma com ascendência indígena que tem, linda e merecidamente, conquistado cada vez mais espaço. Lindo demais, não?
E pra encerrar… 👋 💋
From this time, unchained
We're all looking at a different picture
Through this new frame of mind
A thousand flowers could bloom
Move over and give us some room