"Olimpíada não é fashion week"
"Olimpíada não é fashion week"
E mais sobre a polêmica do uniforme brasileiro nos Jogos Olímpicos
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Bom dia!
Na news de hoje:
Uniformes Time Brasil
Perfumes especiais
O fim da Estaçao Espacial Internacional
ChatGPT é consciente?
A menor livraria do mundo
Quote: Uma frase pra refletir 🤯🤔
Goodbye, so long, farewell: Lost Ones, do Dr. Dog
“Olimpíada não é fashion week”
Frase do presidente do COB só aumenta a polêmica dos uniformes brasileiros
A notícia do uniforme brasileiro na Olimpíada comtinua quente. Criado pela Riachuelo, o kit de viagem e o traje para usar na cerimônia de abertura e encerramento têm sido alvo de muitas críticas - a principal delas é que o uniforme não representa o Brasil e nem projeta nosso país de uma maneira relevante e contemporânea.
Entendo que a escolha da marca que vai criar essa linha não é um convite, é uma super negociação. A Riachuelo é patrocinadora do COB e está vendendo todas as peças do uniforme em suas lojas, inclusive a jaqueta jeans bordada por R$ 599,90.
Marcas patrocinadoras do mundo todo colocam seus uniformes à venda - e não apenas na Olimpíada - então é uma prática normal que essas peças estejam disponíveis ao público.
O que pegou foi a falta de criatividade e um design extremamente simples para um evento tão importante e de tanta exposição. No caso dos Jogos Olímpicos, os uniformes são uma forma de mostrar a identidade cultural do país, é uma representação de orgulho nacional.
Por enquanto, a medalha de ouro do melhor uniforme vai para a Mongólia, cujo traje viralizou nas redes. O uniforme da Itália foi feito pela Emporio Armani; o dos EUA pela Ralph Lauren; o da França por Stéphane Ashpool com produção da Le Coq Sportif, alguns exemplos para mostrar como outros países cuidaram desta questão, convidando marcas que representam culturalmente sua nação.
Os uniformes do Haiti, criados pela designer haitiana-italiana Stella Jean, também têm uma jaqueta jeans, mas o look completo consegue ser muito mais emblemático em sua tradução cultural. Stella convidou o artista local Philippe Dodard para criar uma estampa usada na saia e nas calças do traje.
Por aqui, a “brasilidade” está apenas nos bordados das jaquetas que representam a fauna e a flora do país, com símbolos como a onça-pintada e folhagens. Cada jaqueta é única e foi bordada por uma pessoa diferente, todas bordadeiras do semiárido nordestino. Acho lindo essas mulheres se verem no Time Brasil e sentirem orgulho de terem feito parte disso. Mas um uniforme é muito mais do que uma peça só. Todos os itens tinham que ter sido pensadas com mais zelo e não apenas a jaqueta.
Outra coisa que me pegou foi a marca ter se inspirado na moda francesa, como o new look da Dior, só porque os Jogos acontecem na França. “A referência internacional estava apresente desde o começo. A Dior, por exemplo, o uso das listras de origem do uniforme dos marinheiros franceses…", disse Cathyelle Schroeder, CMO da marca.
Os uniformes nacionais deveriam ser embaixadores culturais e promover uma imagem positiva do país. Eles mostram ao mundo um pouco da nossa cultura e dos nossos valores.
A coisa piora quando o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Paulo Wanderley, diz que “não é Paris Fashion Week, é Olimpíada”.
A Riachuelo é um negócio importante para o país. Eu não sei os números, mas imagino que a empresa empregue milhares de pessoas direta e indiretamente. Mas ela não representa o Brasil culturalmente. E poderia ter convidado um estilista autoral para assinar, por exemplo.
Tem uma primavera de design brasileiro acontecendo no Nordeste, com tantos nomes inspiradores surgindo com um olhar atualizado para o Brasil. Não só no Nordeste; por todo país vemos marcas muito boas e consistentes que certamente fariam uma leitura bonita e brasileira para os dias de hoje. Com produção e orientação técnica da Riachuelo? Podia ser um caminho. Minha contribuição de cinco centavos.
Uma marca diferente de perfumes
Eu tô apaixonada por essa marca de perfumes, Imaginary Authors. Adoro quando uma marca chega com um pensamento diferente e maneiras autênticas de se comunicar. Começando com o nome, que tem zero a ver com o mundo dos perfumes.
Cada fragrância tem um nome que traduz uma emoção. O que a gente sente quanto está “in love with everything"? Ou que sensação “slow explosions” traz ao nosso corpo? Como a poesia da frase “every storm a serenade” acalma o nosso coração? E a fantasia de “fox in the flowerbed” que faz a gente entrar num mundo mais lúdico.
Esses são apenas alguns dos perfumes da marca americana. O frasco de 100 ml custa US$ 100 e o de 14ml sai por US$ 42, mas também têm a opção de comprar os samples de US$ 2 para poder experimentar antes de investir.
Vale a pena dar uma mergulhada no site deles e brincar de descobrir qual é o seu aroma favorito. Os meus são Telegrama, Falling into the Sea e Fox in the Flowerbed.
A Estação Espacial Internacional vai cair no Oceano Pacífico
Para a maioria de nós, a Estação Espacial Internacional (Internacional Space Station ou ISS) é tema de filmes e aventuras dos humanos no espaço e pouco sabemos o que acontece lá e o por que dela existir.
Por mais de 20 anos, a estação serviu como um centro de pesquisa em microgravidade. Os cientistas usaram para investigar a doença de Alzheimer e o câncer, estudar nosso planeta à distância, aprender mais sobre os efeitos dos voos espaciais de longa duração no corpo humano e conduzir milhares de outros estudos.
Mas mo ano passado, a NASA anunciou que as operações da estação terminariam em 2030, após o qual cairia no Oceano Pacífico.
Eu amo esse assunto (rsrs), vejo docs, filmes e leio bastante sobre. Realmente, para nós que habitamos o planeta Terra e planejamos continuar por aqui, ele não é nossa prioridade. A gente mal sabe a quantidade de estudos que acontece lá em cima e que reflete na nossa existência aqui embaixo.
Os motivos vão desde um desgaste da estrutura até as tensões entre a Rússia e as outras entidades que operam a estação – 15 ao todo, incluindo EUA, Europa, Japão e Canadá. Em abril, a Roscosmos, a agência espacial da Rússia, ameaçou parar de cooperar em resposta às sanções ocidentais contra a Rússia após a invasão da Ucrânia.
O fato é que. com a saída da ISS, a Nasa vai lotear o espaço para novas empresas. “O objetivo da NASA é ser um dos muitos clientes em um mercado comercial robusto em órbita baixa da Terra, onde destinos em órbita, bem como transporte de carga e tripulação, estão disponíveis como serviços para a agência. À medida que a NASA transfere operações para a indústria privada, a agência se concentrará em missões humanas além desta região na Lua e em Marte”, diz o comunicado no site oficial.
Existem agora 77 agências espaciais em todo o mundo e muitas delas querem enviar astronautas para atender às suas próprias necessidades nacionais. Outros usos potenciais incluem o turismo espacial e a fabricação no espaço. Por exemplo, pesquisadores realizaram experiências na ISS para ver se conseguem conceber implantes oculares melhores no ambiente de microgravidade para melhorar a visão em pessoas com degeneração da retina. Esses implantes produzidos na Terra são imperfeitos devido à força da gravidade. Enquanto essas experiências estiverem a serviço do nosso bem estar, ok, mas certamente o espaço será explorado de muitas outras maneiras.
Leia mais: aqui uma news que fiz dedicada a assuntinhos espaciais ; )
As emoções do ChatGPT #sqn
O ChatGPT tem consciência? Não é; ele é uma máquina super poderosa e que interage com a gente de uma forma como nunca experimentamos antes na nossa interação com máquinas e robôs. Mas ele não tem consciência, sentimentos, emoções, nada disso. Mas sabia que um estudo da Universidade de Waterloo descobriu que 67% dos entrevistados acreditam que sim? A maioria também pensa erroneamente que o chatbot tem sentimentos e memórias.
O estudo aplicado nos Estados Unidos também mostra que, quanto mais as pessoas o usam, maior é a probabilidade de se acharem isso. “Embora a maioria dos especialistas negue que a IA atual possa ser consciente, nossa pesquisa mostra que para a maior parte do público em geral, a consciência da IA já é uma realidade”, diz a autora Clara Combatto no comunicado de imprensa da universidade.
Isso é um reflexo da falta de informação das pessoas e de como e por onde as notícias circulam hoje.
Um mimo: a menor livrara do mundo
Só podia ser em Tóquio: uma livraria com uma curadoria radical que vende apenas um livro por vez. Ela se chama Morioka Shoten e fica no bairro de Ginza. O livro em destaque muda semanalmente e normalmente vem acompanhado por obras de arte, fotografias ou outros itens relacionados, dando uma carinha de uma mini galeria. Amo esse poder de concisão, eu jamais seria capaz.
E pra encerrar 👋 💋
Walking home in the endless sunrise in yesterday's clothes
You know I love a mystery, and tomorrow never knows
melhor texto que li até agora sobre esse uniforme HORROROSO. sempre bom lembrar que o dono da Riachuelo é apoiador de Bolsonaro: ética é estética e vice-versa