Pobres Criaturas

De onde vem as referências para um dos filmes com mais indicações ao Oscar

Camila Yahn

fev 15, 2024

Bom dia!

Na news de hoje:

As refs de Poor Things
Submarino de luxo: o novo toy dos super ricos
Getty Images e a Inteligência Artificial
Uma Frase pra Refletir 🤯🤔
Last Song: Baile de Peruas

De onde vem as inspirações de Poor Things?

Tô encantada pelo filme Poor Things (Pobres Criaturas), de Yorgos Lanthimos. Que trabalho de direção de arte, figurino, trilha, fotografia e, claro, as interpretações de Emma Stone, Mark Ruffalo e William Dafoe.

A cenografia, em especial, me chamou muito atenção. Parece essas imagens que temos visto em arquitetura e design, feitas por inteligência artificial.

Shona Heath e James Price formam a dupla por trás da cenografia, indicada ao Oscar entre as outras 10 indicações que o filme ganhou. “A ideia era criar um filme de estúdio dos anos 1930 com a tecnologia atual", li numa entrevista.

Poor Things conta a história de Bella (interpretada por Emma Stone), que tem a mente de uma criança presa no corpo de uma mulher adulta. Aqui algumas das inspirações e ideias que nortearam a concepção dos cenógrafos.

O filme é baseado no romance homônimo de 1992, do escocês Alasdair Gray, que era anti-imperialista e defendia o nacionalismo cívico onde as pessoas são participantes iguais e ativas na sociedade escocesa. Daí vem o feminismo de Bella Baxter e seu entendimento cada vez mais claro de que ela pode ser dona de sua própria narrativa.
A história está cheio de alusões e empréstimos dos ricos recursos da ficção vitoriana, especialmente Frankenstein.
Os longos cabelos pretos de Bella foram inspirados por uma pintura de Egon Schiele
A figurinista Holly Waddington disse que para a cema que Bella sai do hotel para explorar Lisboa, ela tinha em mente as hot pants de Jodie Foster em Taxi Driver

O Sir John Soanes Museum, de Londres, é uma das principais fontes para a criação das locações internas. Com pinturas, antiguidades e obras de arte coletadas no século 19, este museu foi uma grande inspiração, fica óbvio quando vemos o filme.
O quarto de Bella partiu da ideia de que (seu criador) Baxter o teria preparado para abrigar uma criança perigosa em um corpo grande, então ele acolchoou o quarto para que ela não pudesse se machucar. Por isso, do chão ao texto, tudo parece fofo e acolchoado.
A cenografia tem muitos contrastes e texturas diferentes: o que era muito decorativo, de repente mostra um lado mais plano ou uma parede pesada e texturizada contrastava com uma escada mais minimal.
Quando Bella sai pelo mundo, as referências mudam para a construção de cidades pelas quais ela passa. Lisboa, por exemplo, foi construida a partir da obra do arquiteto espanhol Ricardo Bofill.

Fundo do mar: o novo playground dos bilionários

Conheça o Migaloo M5, um “super iate submersível” que pode descer a uma profundidade de aproximadamente 250 metros abaixo da superfície do oceano e permanecer submerso por até quatro semanas.

O novo brinquedo dos bilionários foi criado pela empresa austríaca Migaloo e tem os mesmos luxos que um super yatch, como heliporto, piscina, academia e cinema. A diferença é que ele oferece mais privacidade (estou rindo enquanto escrevo), sensação de aventura e de realizar uma experiência única - pela fofurice de 2 bilhões de alguma moeda (vamos combinar que, a essa altura, não importa muito se é dolar ou euro).

Ainda: ele vem com submarinos menores que podem acomodar até 12 convidados para exploração subaquática mais profunda. E claro, pode ser customizado por seu dono “para atender às suas preferências e requisitos específicos".

O céu e o fundo do mar sempre pertenceram aos deuses, aos mitos e aos pesquisadores. Agora os bilionários entendiados estão realmente levando o ser humano para lugares nunca antes explorados, caso você não seja um astronauta ou da área militar, pessoas com um treinamento rigoroso para sobreviver nesses ambientes. Agora, são novos playgrounds para quem já não tem mais o que fazer neste planeta.

Como a Getty Images enfrentou a Inteligência Artificial

A Getty Images caiu pesado sobre as plataformas de Inteligência Arificial. Ano passado, ela baniu conteúdo gerado por IA em sua plataforma, citando possíveis preocupações legais para os clientes. E também processou a Stability AI, acusando-a de copiar mais de 12 milhões de suas fotografias.

Mas além disso, a Getty criou recentemente sua própria ferramenta de IA generativa, que foi treinada somente com as milhões de fotos que a Getty tem de pessoas, lugares e eventos reais.

As imagens do Getty já estão licenciadas e aqueles que as criaram ou aparecem nelas concordaram em ter seu trabalho treinado na IA do Getty. Bom, não sei se as pessoas estavam imaginando este uso com inteligência artificial, mas diz a empresa que “qualquer conteúdo criado com o modelo do Getty pode ser utilizado comercialmente”.

“Achei que naturalmente diminuiríamos o passo com a idade, mas não é o caso. Não sei o que está acontecendo, mas há uma espécie de liberdade, na qual não estou mais amarrado, de forma alguma, pela expectativa dos outros - um doce tipo de liberdade ilimitada, onde literalmente qualquer coisa pode acontecer”.

Nick Cave