Por que a nostalgia está crescendo?
Bom dia!
Na news de hoje:
Tá rolando uma nostalgia: Por que?
Fotojornalismo: Fugindo do Talibã com migrantes afegãos
Filme artsy: Um grupo de mulheres trans indígenas em Aribada
Você sabia? O gabinete de pequenas curiosidades
Goodbye, so long, farewell: Everytime I see you falling… 🎶
Por que a nostalgia está crescendo?
Tenho reparado que tá rolando uma nostalgia. Pra mim, ela vem como uma força para se opor à ultra alta tecnologia que tem ocupado as notícias recentes, principalmente depois do lançamento do chatGPT e Dall-e.
Nostalgia é aquele sentimento de saudade do passado quando as coisas pareciam melhores, mais fáceis e mais divertidas
Neste momento em que a inteligência artificial parece tão descontrolada, ouvimos dizer que ela vai roubar nosso trabalho e substituir as profissões. Vimos os primeiros civis saindo da órbita terrestre, carros que se autopilotam, robôs que fazem cirurgia, bots que disparam fake news. Parece que tá tudo tão fora do nosso controle que voltar pra onde conhecemos faz a gente achar que a vida fica mais fácil.
Esses dias tenho resgatado minhas caixas que estavam guardadas cheias de pastas de papel de carta, agendas, diários, fitas cassetes, fanzines, fotos de viagens, bilhetes de amigos, revistas… Um retrato comportamental incrível do que foi as décadas de 80 e 90. Quem viveu essa época certamente vai abrir um sorriso quando ler aqui as palavras walkman, polaroide, jogos de tabuleiro e telefone com fio.
Daí teve o show do reencontro dos Titãs, lotado-esgotado, com o público cantando todas as músicas sem parar. E o The Cure (banda ícone dos anos 80) divulgou que vem ao Brasil no fim do ano, iniciando um frenezi geral nas redes sociais.
O passado é o que a gente conhece. É onde a gente se sente seguro. O futuro é o desconhecido. É excitante e misterioso, muitas vezes esperançoso, mas também pode ser amedrontador.
Mas mesmo na mais avançada tecnologia, a palavra passado está presente. Na mais recente edição do Metaverse Fashion Week, uma semana de moda que acontece no metaverso, o tema foi Future Heritage, uma maneira de reunir passado e futuro e entender que só estamos aqui hoje por causa do nosso passado - e dos nossos antepassados.
Quando o mundo fica difícil da gente tatear e muitas novidades surgem ao mesmo tempo, sem a gente nem entender por que ou de onde vieram, é quando bate a nostalgia coletiva.
E por que ela é importante? Porque ajuda a unir nosso senso de quem somos, a entender nossa identidade ao longo do tempo. É a prova de que vivemos e, de alguma maneira, conseguimos chegar até aqui. Ela também nos conforta em tempos de transição e nos conecta a outras pessoas. Ela faz a gente sentir.
É uma delícia ficar nostálgico por um tempo, mas esse sentimento não pode ser uma desculpa para não investirmos no futuro.
“Quando as coisas começam a mudar, com grandes eventos como casar ou divorciar, começar uma nova carreira, voltar para a escola ou se formar na escola, é reconfortante ter um sentimento nostálgico pelo passado que lembra-nos que, embora não saibamos o que o futuro nos reserva, sabemos quem fomos e quem realmente somos”.
Krystine Batcho, PhD, professora of psicologia do LeMoyne College, em New York
✨ Nostalgia: a palavra foi cunhada (ou inventada) há mais de 300 anos e, originalmente, designava saudades de casa ✨
A coragem do fotojornalismo
Histórias de refugiados são sempre grandes histórias. A coragem é muito grande, o medo é muito grande, o perigo é muito grande, o que está se deixando pra trás é muito grande, a dor é muito grande e a esperança é maior que tudo. O mínimo que podemos fazer frente a tantas grandezas é conhecer suas histórias. Essa foto está em um artigo maravilhoso do New York Times, feito por uma dupla formada por uma jornalista (Julie Turkewitz) e um fotógrafo (Federico Rios), que viajou com migrantes afegãos enquanto viajavam da América do Sul para os Estados Unidos. Uma coisa é você enfrentar essa jornada por ser sua única opção de vida; outra é você escolher ir. Imagino que os repórters do NYT deviam ter algum esquema emergencial, mas ainda assim achei eles muito corajosos, além de terem feito um excelente trabalho, acompanhando esse grupo de refugiados atravessarem diversos países, ouvindo e compartilhando suas histórias. Uma aula de mundo, humanidade vida. Recomendo a todos a leitura desse artigo.
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Entre o real e o mágico: Aribada, um filme artsy, conceitual e premiado
No meio da floresta colombiana, Aribada, um monstro ressuscitado, conhece Las Traviesas, um grupo de mulheres trans indígenas do povo Emberá. Encantado com a beleza e o poder de seus espíritos, Aribada decide se juntar a elas e criar sua própria comunidade transfuturista. Curta de 30 minutos muito interessante dirigido por Simon(e) Jaikiriuma Paetau e Natalia Escobar. Permita-se entrar nessa viagem onde real e mágico se misturam. No Mubi
Você sabia que…
- A Melissa acaba de lançar uma coleção cápsula com Marc Jacobs, com modelos inspirados na coleção prêt-à-porter do estilista. Mood minimalista e estética futurista. Eu tenho o clog azul e não tiro do pé, é muito gostoso. Fora que eu fico super alta. Veja a aqui
- A marca baiana Dendezeiro, de Hisan Silva e Pedro Batalha lançam uma collab com a Havaianas que está bem legal. Tem os chinelos, bonés e pins. Veja aqui
- A linha de tênis Osklen AG (Amazon Guardian) foi selecionado para a exposição Moda Hoy! Latin American and Latinx Fashion Design Today, que acontece até 12 de novembro no The Museum at FIT (MFIT), em Nova York.
- O site Stand.Earth caaba de lançar uma nova pesquisa que revela, pela primeira vez, como a indústria da moda está empurrando a floresta amazônica para mais perto do colapso irreversível do ecossistema. Eles mostram evidências de como a indústria da moda está ligada à destruição da Amazônia. Leia aqui
- A autora mariana Grebler lançou o livro O Teatro da Fama (ed. Paraquedas) cheio de histórias e intrigas que presenciou no mundo da moda, do surgimento de grandes estilistas, às grandes demissões, passando pelo fenômeno das modelos brasileiras no mundo. Aqui.
E pra encerrar com nostalgia… 👋 💋
I feel fine and I feel good
I'm feeling like I never should
Whenever I get this way I just don't know what to say
Why can't we be ourselves like we were yesterday?
Bizarre Love Triangle, New Order ❤️
“Vulnerabilidade é o berço da inovação, criatividade e mudança”.
Brené Brown
Essa newsletter veio no momento certo. Eu não sabia o que andava sentindo, mas é nostalgia.... :)