Quem se responsabiliza por como a mídia social afeta os jovens?
A incrível iniciativa de uma cidade que está processando as maiores empresas de redes sociais
Bom dia!
Na news de hoje:
Quero saber: Quem se responsabiliza por como a mídia social afeta os jovens?
Passatempo na web: Cindy Gallop e o movimento Make Love Not Porn
Podcast: Um avião cai em território indígena e uma coisa impressionante acontece
Do meu banheiro para o seu: especial BBB (bom, básico e barato)
Pensando alto: Nick Knight e a importância do medo no processo criativo
Goodbye, so long, farewell: Yoyo, uma lindeza do Plastics Mermaids
Quem se responsabiliza por como a mídia social afeta os jovens?
Parece que ninguém, né? Mas esse assunto é bastante complexo, tem muitos lados e precisa ser elaborado por todas as partes da sociedade, incluindo usuários, governos, especialistas em saúde mental e as plataformas. Achei boa a iniciativa do condado de Bucks (população: 646,538), na Pensilvânia, que está processando plataformas como TikTok, Instagram, YouTube, Snapchat e Facebook. A ação começou em janeiro, em Seattle, e ganhou impulso nas últimas semanas, à medida que mais distritos escolares da Califórnia, Nova Jersey e Flórida seguiram.
Segundo o Washington Post, as reclamações são que essas plataformas causam ou aumentam problemas de saúde mental entre os jovens e são intencionalmente projetadas para “explorar com fins lucrativos”. Aqui tem dois pontos: as plataformas ganham dinheiro ao mesmo tempo em que causam danos à saúde mental.
O processo também cita as observações do presidente Biden de que as táticas usadas pelas empresas são um “experimento que estão realizando em nossas crianças para obter lucro”.
Muitas escolas também estão processando, culpando a mídia social pela enorme quantidade de alunos distraídos, cyberbullying e coisas piores e exigindo que elas sejam responsabilizadas. Apesar de achar que todos nós temos uma parcela de culpa nessa conta, acho certo cobrar dessas empresas a responsabilidade de como os seus produtos contribuem pra tudo isso.
Eu fiquei chocada com o Twitter, que se negou a tirar do ar conteúdo que incita violência nas escolas, mesmo após fazer reunião com o Ministério da Justiça. Nesse momento extremamente delicado que estamos vivendo aqui - e que os Estados Unidos vivem há décadas - você usar seu algoritmo a favor de tipo de conteúdo é irresponsável, no mínimo.
Em muitos casos, a mídia social é uma rede positiva, de encontros, de oportunidades, de auto-afirmação, de criatividade e uma porta aberta para muitas possibilidades sem barreiras geográficas. Mas em outras situações, ela vira uma ocupação que substitui o sono, a atividade física, a convivência social física e intensifica a solidão e a má imagem corporal, entre outras coisas piores.
Vamos lembrar: nos EUA, as redes são usadas por 90% das idades de 13 a 17 anos.
No Brasil, 78% das crianças e adolescentes usaram redes sociais em 2021, de acordo com um estudo realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (cetic.br).
O processo de 109 páginas em nome do Condado de Bucks destaca o agravamento dos dados de saúde mental, dizendo que os problemas “avançaram em sincronia com o crescimento de plataformas de mídia social deliberadamente projetadas para atrair e viciar jovens nas plataformas, amplificando material nocivo, dosando usuários com "hits dopamina" e, assim, impulsionando o engajamento dos jovens e a receita de publicidade.”
O que as plataformas dizem 🔊
As empresas de mídia social não comentaram diretamente sobre o litígio, mas em declarações por escrito disseram que priorizam a segurança dos adolescentes e descreveram medidas para proteger os usuários jovens.
TikTok: citou recursos como restrição de idade, com limites para mensagens diretas e transmissões ao vivo, e mencionou o Family Pairing, que permite aos pais controlar conteúdo, privacidade e tempo de tela; além de recursos como linhas de ajuda para prevenção de suicídio e distúrbios alimentares.
YouTube: tem o Family Link, que permite aos pais definir lembretes, limitar o tempo de tela e bloquear certos tipos de conteúdo em dispositivos supervisionados. As proteções para usuários menores de 18 anos incluem embretes de bem-estar para intervalos e hora de dormir.
Meta (Instagram e Facebook): diz ter mais de 30 ferramentas que ajudam adolescentes e famílias, incluindo tecnologia de verificação de idade, notificações para fazer pausas regulares e recursos que permitem aos pais limitar o tempo no Instagram. “Não permitimos conteúdo que promova suicídio, automutilação ou distúrbios alimentares”, disse Antigone Davis, chefe global de segurança na Meta.
Snapchat: usa moderação humana para revisar o conteúdo gerado pelo usuário antes que ele alcance um grande público e trabalha com organizações de saúde mental para fornecer ferramentas e recursos no aplicativo para os usuários.
E sabemos que nós, mães, pais e cuidadores também temos nossa porção de responsabilidade. É um assunto complexo. Espero que um processo coletivo inspire outros, obrigando as redes a darem uma recuada ou se responsabilizarem de uma forma mais comprometida. Quem sabe essas ações consigam provocar alguma mudança, conscientizar mais e virar parte da nossa rotina em conversas em casa e nas escolas.
Passatempo na web: Make Love Not Porn
Leia tudo sobre a Cindy Gallop.
Publicitária, consultora e super comunicadora. E Brain-firelighter.
Fundadora e ex-presidente da filial americana da agência Bartle Bogle Hegarty , onde cuidou de contas como Coca-Cola e Polaroid.
Fundadora das empresas IfWeRanTheWorld e MakeLoveNotPorn.
A plataforma MakeLoveNotPorn se coloca como “Pro-sex. Pro-porn. Pro-knowing the difference”. Basicamente, ela convida para um diálogo aberto em torno do sexo real em oposição ao “hardcore porn".
Um dos pontos de Cindy é que a pornografia hardcore distorceu a maneira como uma geração de jovens pensa sobre sexo e as expectativas que criam em relação os parceiros e parceiras.
A palestra de lançamento do MakeLoveNotPorn no Tedx em 2009 foi uma das mais vistas na época.
Vale ler as muitas histórias que tem no site. Ou acompanhar pelo insta também.
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Na sua próxima caminhada, ouça esse podcast.
Gente, vocês precisam ouvir essa história. Resumidamente, um avião cai em território indígena e uma coisa impressionante acontece. O avião é aquele da Gol que colidiu com o jato Legacy em 2006, matando as 154 pessoas que estavam abordo. O avião caiu no em Mato Grosso, na terra indígena Capoto-Jarinã. Mas tem um detalhe aí, que eu não vou contar pra não dar spoiler. A reviravolta final é maravilhosa, enche a gente de esperança no mundo. A repórter Leticia Leite, que também narra a história, faz um trabalho impecável ao ouvir e trazer pra gente ouvir as pessoas mais importantes dessa história toda. Atenção: esse episódio tem duas histórias, a que eu estou falando é a segunda (mas a primeira é boa tbm).
Do meu banheiro para o seu: especial BBB
Em tempos de tanta, mas tanta oferta, vale lembrar dos produtos Bons, Básicos e Baratos, que sempre estiveram por aqui e sobreviveram a uma enxurrada de novos itens e marcas. Eles são acessíveis, vendem na farmácia mais próxima e… funcionam. Ok, se você quer aquela performance 50+ ou se você tem uma questão específica pra tratar, procure um dermatologista. Aqui, compartilho rapidamente da minha experiência com cada um. E todos são agênero. 🎁
Sabe quando você se encheu dos seus perfumes? Lembre-se da Lavanda Johnson, que é um super coringa e tem um aroma não só fresco, mas que lembra coisas boas, afeto, infância. A partir de R$ 38.
Talvez você não saiba, mas esse shampoo de bambu da Pantene foi uma vez indicada por uma dermatologista que leve minha filha. Entre os básicos de marcas gigantes, é um que podemos confiar. A partir de R$ 14.
Já vi vários maquiadores usando o rímel da Maybelline e muitos inclusive me indicaram como ótimo custo benefício. Eu uso e acredito que cumpre o prometido. O modelo The Colossal custa a partir de R$ 32.
O lipbalm Bepantol é ótimo. Não tem glamour nem cheirinho, mas é funcional e super hidradante. A partir de R$ 30.
Hidratante azulzinho da Nivea é um super clássico. Uso em mim e nas crianças quando estamos de férias com aquele combo mar e sol. A partir de R$ 12 (200 ml).
O sabonete em barra da Neutrogena na versão Deep Clean me salvou quando eu era adolescente. Estava com umas espinhas inflamadas e minha avó me levou num deramtologista. Ele receitou lavar manhã e noite com esse sabonte. E beber bastante água. Deu certo, viu. A partir de R$ 13.
E por fim o melhor segredinho: o gel de aloe vera é tudo de bom. Anti-inflamatório, cicatrizante, hidratante, fortalecedor dos fios de cabelo, tipo 1001 utilidades. Uso no rosto, corpo e cabelo. Tanto que várias marcas como Sallve e Simple Organic tem produtos com aloe. A partir de R$ 30.
Pensando alto: o fotógrafo Nick Knight me disse que…
"Existe o medo humano do fracasso. E acho que ele é bastante saudável, para ser honesto. O medo do fracasso faz você se concentrar. É um pouco assim: você tem que estar preparado para correr e pular do penhasco e se jogar no vazio todas as vezes, porque é assim que você luta para permanecer vivo. É a luta para criar algo novo. Então acho que o medo é importante. O fracasso é importante. Todas essas coisas são importantes porque você não quer se repetir. Eu não quero apenas repetir o processo que fiz no passado, quero encontrar algo novo”.
*Nick Knight
* spoiler de uma história muito legal que fizemos com ele.
E pra encerrar… 👋 💋
And what if we could feel nothing but in the best possible way,
free ourselves into the maelstrom, let go of everything and just float.
Yoyo, Plastics Mermaids