Bom dia!
Na news de hoje:
Tema principal: Por que só se fala em Quiet Luxury
Passatempo na web: Crie sua paleta de cores no site mais gostoso de mexer
Print! Print! Print!: Um projeto incrível que celebra o impresso
Do meu banheiro para o seu: Um perfume feito com florais anti- estresse
Amazônia Invisível: O podcast que é uma viagem emocional pela Amazônia
Tá confuso: Emaranhado, Embaralhado e Entrelaçado
Goodbye, so long, farewell: Uma música linda de um artista do Quênia
Quiet. Luxury.
Os bastidores de uma das principais tendências de moda de 2023
Quiet Luxury.
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Essa foi a quantidade de resultados que o Google trouxe para o termo Quiet Luxury, uma das principais tendências de moda para 2023. Se você nunca ouviu falar desta expressão, ela é, resumidamente, um retorno à austeridade. Nesse post, a gente vai entender melhor o que significa isso e o que está por trás desse termo que ainda vai ser muito falado.
Parece que a moda caminha sempre pra frente, mas na verdade ela anda em círculos. E não anda sozinha - ela acompanha os movimentos do mundo e seus impactos na sociedade.
A pandemia mudou nosso dia a dia e, consequentemente, nossa relação com a roupa. Ela coroou o comfy look como uma tendência determinante e que será sempre um dos retratos deste momento. Pós-pandemia, quando as restrições começaram a diminuir em 2021, os estilos foram do 8 ao 80, indo do conjunto de moletom para o que ficou conhecido como “dopamine dress”, com cores vivas, estampas chamativas e muita pele à mostra. Junto com a flexibilidade e um flerte com o "normal”, entramos num momento de catarse, que era a retomada da nossa liberdade. A moda respondeu sendo disruptiva, criativa, ousada e diversa. À frente desse momento, estavam nomes como Alessandro Michelle na Gucci, Pierpaolo Piccioli na Valentino, John Galliano na Margiela, Daniel Roseberry, na Schiaparelli, e Demna Gvasalia na Balenciaga.
Aqui no Brasil, celebridades como Sabrina Sato e GKay, contrataram stylists para pensar em looks absurdos e exclusivos, criando uma competição em que ganhava (em engajamento nas redes) a mais ousada e original.
Mas, enquanto isso acontecia, o mundo entrava em uma recessão. A economia minguou, uma guerra começou na Europa e a crise climática manteve sua pressão por mudanças e acordos globais.
E como a condição do mundo influencia como a gente se veste, a moda se aquietou. O barulho sai de cena, entra o silêncio. "No momento, estamos vivendo tempos que exigem uma abordagem mais equilibrada”, diz Lorna Hall, diretora de inteligência de moda do WGSN, apontando diminuição de renda, insegurança e consumo consciente como impulsionadores desta mudança de humor na moda.
Como é o estilo quiet luxury?
Quer entender bem? É só olhar para o figurino dos Roy, em Succession, poster boy desta nova tendência.
Elegância discreta, minimalismo milionário, luxo que fala muito com pouco. Roupas que sussurram.
100% logo free.
Pra ser mais exata, trago a definição de Thomaï Serdari, diretor do MBA de Moda e Luxo da New York University: "roupas da mais alta qualidade, mas também roupas que são atemporais, sofisticadas e discretas”. É Hermès e não Versace. The Row em vez de Schiaparelli. Tá tudo bem, são peças lindas, fáceis de usar e combinar e que resistem ao passar do tempo. Eu mesma tenho um estilo mais pra quiet do que dopamine 😊, mas…
Qual o problema dessa tendência?
Pra mim, tudo se resume em austeridade. E essa palavra a gente já ouviu muito em descrições de tempos de guerra e grandes recessões. Quando as pessoas têm medo, elas não arriscam, não ousam e inibem qualquer pensamento ou ideia fora da caixa. O mundo fica mais entediante, previsível e controlado.
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Heritage/herança e legado são outras palavras associadas ao quiet luxury e que têm um significado de qualidade e bom gosto atemporal. Algo que passe intacto pelas mudanças - do mundo e da moda.
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A moda, além de ser uma grande indústria, é também um terreno para criatividade e experimentações; um ambiente que abraça a diversidade, que dialoga com os jovens e, mais recentemente, se tornou um espaço de ativismo para questões climáticas, sociais, raciais, de gênero e corpos, provocando discussões importantes e autênticas e pressionando para reformas extremamente necessárias (fim do trabalho escravo, do preconceito estrutural e do consumo desenfreado são algumas das mudanças necessárias).
Quando entra uma "tendência" austera, é como se um grande cobertor pesado fosse jogado por cima de tudo isso, abafando o que está embaixo. Silenciando.
A Gucci, para mim, é um dos principais avisos de que a moda vai ficar mais careta. Sabato De Sarno, o novo diretor criativo da casa, tem um perfil bem diferente de Alessandro Michelle, que ocupou o cargo até o fim do ano passado. Um é para dentro, o outro é para fora. Michele é um sonhador conectado com o mundo, com a cultura e com os jovens, adotando a neutralidade de gênero em suas formas. Só em setembro vamos poder entender o caminho que Sabato vai começar a conduzir, quando ele mostrará seu primeiro desfile para a marca, em Milão.
A tendência beneficia grifes como The Row, Hermès, Brunello Cucinelli (a marca do Logan Roy), Loro Piana, Armani… A Gucci foi esperta e já trouxe alguém com essa visão.
Outra coisa: o termo quiet luxury já diz que é ligado ao luxo. A roupa pode ser apenas uma malha bege, mas a qualidade da peça é aparente e grita que aquilo custou milhares de reais, dividindo mais ainda quem pode de quem não pode. Claro que o fast fashion já está resolvendo esse problema, mas é algo a se prestar atenção quando uma das principais tendências macro do ano tem luxo e austeridade junto no nome.
A moda de luxo sempre navegou por aí. O problema é que nos últimos anos, houve uma transformação na comunicação, uma mudança de atitude que fez com que esse segmento se aproximasse de mais gente, inserisse outras pessoas em suas narrativas, um aceno democrático e um entendimento que todos podem fazer parte, ainda que não possam comprar. Acho que é isso que está em risco, a moda voltar a ser uma coisa divertida apenas para o 1% da população. Mas vamos acompanhar.
Passatempo na web: criar paleta de cores
Coolors: “the super fast color generator".
É só ir apertando o spacebar e as paletas vão mudando. Dá também pra criar um grupo de cores a partir de uma foto e tem também centenas de fontes gratuitas pra usar em projetos e apresentações. Eu amo.
Meet. Uma celebração da fotografia
Esses dias fui na casa de um amigo fotógrafo, o Marcio Simnch, e ele me apresentou um projeto maravilhoso, o da Meet Gallery. Criado pelo diretor criativo Hélio Rosas, a Meet faz um resgate bem vindo da fotografia que pode ser apreciada em um veículo impresso. É realmente um projeto feito por amantes da arte para outros amantes da arte, sabe aquela sensação deliciosa de folhear aquela página enorme, o cheiro do papel e o impacto visual, tudo ao mesmo tempo?
Mas o Meet não é só isso. É também uma galeria online com um site super bonito, uma produtora de conteúdo voltado para a fine art e um ponto de encontro e conversa. Sobretudo, o Meet é um espaço nostálgico (no melhor sentido), ainda que esteja conectado com as novas tecnologias. Eu realmente fiquei muito feliz de ver fotos de pessoas com quem já trabalhei tantas vezes ocupar essas páginas grandes e com uma impressão de alta qualidade. O que era normal, hoje é raridade. Entre nessa festa de beleza que é a Meet Gallery. 🥳
Do meu banheiro para o seu: perfume anti-estress
Um aroma gostoso e leve para o dia a dia. A colônia com Jasmin e Bergamota traz uma combinação com os florais Saint Germain usados para combater o estresse. Vai nela!
Vale ouvir esse podcast ; )
Amazônia Invisível tem viés jornalístico e é narrado por jovem do povo Munduruku.
Entrelaçados
Caminhando na rua
Vi um emaranhado
Árvore e fios misturados, embaralhados
Árvore emaranhada
Emaranhado de fios
Um atrapalhando o outro
Ou estariam entrelaçados
Convivendo bem no meio do caos?
- Pensamentos da minha mente emaranhada
Eu tô numa fase bem quiet (não tanto luxury). Ah, tô amando a news!!!