White Lotus e os melhores momentos de moda
O DJ da moda, o MoMA se rende ao Crocs, uma escultura improvável e um cover do Bowie
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Bom dia! ☀️
Na news de hoje:
White Lotus e os melhores momentos de moda
O DJ mais famoso da moda lança um livro
Encontros inesperados
Os Crocs chegaram ao MoMA
Um cartoon ou uma escultura?
A Lua, de Tarsila
Quote: Uma frase pra refletir 🤯🤔
1 música pra encerrar: Um cover do Bowie
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White Lotus e os melhores momentos de moda
Biquínis Hermés, sapatos Chanel, bolsas Valentino, Balenciaga, Gucci (Bamboo) e Loewe (squeeze bag, popcorn bag), mules The Attico, relógios Rolex, mochila Goyard… Mais uma vez, a figurinista Alex Bovaird tem feito as peças da série entrarem para a lista de mais buscadas na internet, com dezenas (ou centenas) de sites trazendo informações em tempo real sobre as roupas usadas pelos personagens.
Para dar o estilo certo aos hóspedes do hotel Four Seasons Resort Koh Samui, na Tailândia, ela fez uma pesquisa envolvendo muitas fotos reais e uma longa investigação pela internet. “Com as redes sociais hoje em dia, é bem fácil inserir a hashtag ou localização certa e ver o que todo mundo está postando nesses resorts, como o Four Seasons ou o Mandarin Oriental Bangkok. Todo mundo mostra sua melhor versão nessas fotos. É isso que tentamos fazer com ‘White Lotus’", ela disse.
Bom, quem tem chamado muito atenção é a Chloé (Charlotte Le Bon), com peças da Jacquemus feitas especialmente para a série. Eu AMEI o body rosa, com saia rosa transparente criados sob medida pelo designer Simon Porte Jacquemus (foto acima). Foi ele quem procurou a figurinista pelas redes sociais se oferecendo pra fazer algo em parceria. Os dois então trocaram referências de moda praia vintage dos anos 60 e 70, além de inspirações ligadas a Bangkok. É dele também o body de poá combinado com uma saia listrada que Chloe usa no primeiro episódio ao encontrar Chelsea no bar.
As três amigas Jaclyn, Katie e Laurie também desfilam marcas caríssimas pelo hotel. Jaclyn usa um vestido estampado Chanel 2006 como uma saída de praia. A cena que elas entram na piscina a noite, ela está com um maiô lindo de oncinha com saída de praia, da Valentino. Aliás, essa é uma das marcas que mais aparece, em bolsas (como a Moon bag), sapatos, biquínis e roupas.
A descolada Chelsea também não fica muito atrás, com uma saia Loewe estampada com e bolsa Louis Vuitton, e camisetas feitas sob medida pelo artista Scooter LaForge.
Já Piper é a garota Ralph Lauren, com vestidinhos graciosos perfeitos pra construir o papel da boa menina que ela é. Sritala também não fica atrás, com suas joias de ouro 18K e diamantes (o briche de macaco da foto abaixo é de David Webb).




E o Rick gato? A Ray Ban tem que contratar ele AGORA.



Last night a DJ saved my life
O DJ e produtor mais famoso do circuito da moda internacional, o francês Michel Gaubert acaba de lançar o livro Remixed. O lançamento aconteceu numa livraria que eu adoro em Paris, a 7L, e contou com a presença de Rick Owens e Carine Roitfeld, entre outros fashionistas hardcore.
Gaubert compartilha não apenas suas memórias e experiências, mas também como ele viu a evolução de seu campo ao longo das décadas.
A longo de uma carreira de 40 anos, ele assinou (ou assina ainda, em alguns casos) as trilhas dos desfiles da Chanel, Gucci, Balenciaga, JWA, Raf Simons, Louis Vuitton…
Aliás, foi no desfile que a Vuitton fez no Rio que eu o conheci. Fui convidada para fumar um baseado com ele junto com meus amigos Carol Vasone e Augusto Olivani, da Festa Selvagem. Eu fui, mas não fumei. Acabei fumando um cigarro mesmo, caretice, né. Mas trocamos uma ideia num petit comitê inesperado e engraçado.
✨
Essa história me fez lembrar outros encontros improváveis. Eu também:
atendi o Hugh Grant e o Jamiroquai no café que trabalhava em Londres
morei na casa em que o Bowie cresceu em Brixton, tbm Londres
conheci o Jarvis Cocker (Pulp) num bar, tbm Londres
peguei elevador com o David Lynch em Belo Horizonte. A gente tava no mesmo hotel, eu para dar uma palestra e ele para falar sobre o livro de meditação. Eu tinha acabado de fazer uma massagem, tava descendo pro meu quarto praticamente de pijama e com a cara toda amassada. Tipo rezando pra ninguém entrar no elevador. Vai que abre a porta e entra justo quem…
troquei umas palavrinhas com minha musa Kate Moss numa festa em SP, pena que não entendi patavinas
já fui apresentada ao Caetano umas três vezes, pena que ele não lembra de mim kkkk. Mesmo sendo em lugares tranquilos e entre amigos, eu travo perto do Caetano, nada de inteligente ou interessante sai da minha boca
conheci a banda Information Society (ref da turma 40+); eles foram na minha casa no aniversário da minha mãe quando estavam em turnê por SP nos anos 90.
Uma exposição da Crocs no MoMA? Check.
Quem diria que, de “sapato mais feito do mundo”, ele viraria tema de uma exposição no Museu de Arte Moderna de Nova York. A história da marca está na exposição Pirouette: Turning Points in Design, ao lado de outras marcas que representam experimentações com novos materiais, tecnologias e conceitos, mostrando também seu impacto no design e na cultura pop.
E acho que a Cros é uma das marcas que tiveram uma curva incrível mesmo dentro da moda. Eles mega deram uma volta por cima, nunca deixaram de acreditar no seu produto, mesmo com milhares de pessoas postando videos destruindo os sapatos na plataforma I Hate Crocs.
A marca começou com sapatos médicos moldados por uma espuma EVA firme e emborrachada chamada Croslite, que me lembram aqueles tamancos de madeira que meu tio usava nos anos 1970. O modelo original foi lançado em 2002, quando os fundadores da marca faziam uma viagem de barco e resolveram lançar um sapato para navegação, antiderrapante e que não marcava o piso.
No vídeo animado abaixo, a curadora do MoMA, Paola Antonelli, explora a transformação dos Crocs — do início até alcançarem o status de sinônimo de conforto e símbolo da moda.
Após fechar colaborações com Simone Rocha, Christopher Kane e Balenciaga, a Crocs entrou no clubinho fechado da coollândia e também trouxe questões sobre o que é feio e bonito, o que é estiloso ou elegante. O segredo é: quando ninguém te dá bola, você se junta com quem todos gostam. Ao se unir com a Balenciaga, os sapatos ganharam status de cool automaticamente e até esgotaram nas lojas (ao preço de R$ 2.700). E hoje está no MoMA. Adoro essas viradas. Quase nada é eterno, tudo pode mudar.
Não é um desenho, nem photoshop
Parece muito um papel desenhado caindo no topo de uma montanha, mas é na verdade uma escultura gigante feita de aço. Horizons, de Neil Dawson, é uma das instalações da Fazenda Gibbs, em Auckland, uma espécie de Inhotim da Nova Zelândia - o museu a céu a aberto é de um bilionário e conta também com uma escultura de Anish Kapoor, além de outras obras e artistas.
Horizons acabou virando a obra mais famosa do lugar por sua larga escala e ilusão de ótica, uma característica do trabalho do artista neozelandês. Dawson tem uma relação ambivalente com galerias por achar que elas não são acessíveis e acaba criando para espaços públicos onde a arte é gratuita, como é o caso da Fazenda Gibbs.
Uma imagem linda pra acabar
Eu acho tão bonita essa noite de lua minguante da Tarsila. A Lua, quadro de 1928, é considerado um marco da pintura antropofágica de Tarsila do Amaral. A crítica de arte Aracy Amaral disse que a lua da tela era a representação da fusão entre o cosmopolitismo europeu e a origem caipira da pintora.
O quadro foi comprado em 2019 pelo MoMA por 20 milhões de dólares (cerca de R$ 104 milhões), uma das pinturas mais caras já vendidas de um artista brasileiro. Aqui, a curadora do museu conta a jornada da obra até chegar ao MoMa.
“Nem tudo o que é enfrentado pode ser mudado. Mas nada pode ser mudado até que seja enfrentado”.
James Baldwin
E pra encerrar 👋 💋
Um cover do Bowie
Q demais as instalações no museu da Nz… e o quadro da Tarsila, muito bem definida sua expressão. Me emocionei qdo vi no Momma mas não imaginava o valor ….
Amei o apanhado!!!