Sade e o retorno que todos aguardavam
Ícone da música e do estilo lança faixa nova e confirma sua relevância atemporal
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Bom dia! ☀️
Na news de hoje:
Sade está de volta
LVMH vende Off-White
O que torna alguém um ícone?
Filmes, músicas, séries, fotos
1 música pra encerrar: Young Lion
Sade e o retorno que todos aguardavam
Após 14 anos de hiato, Sade, essa sim um verdadeiro ícone, lança sua primeira música inédita (em 2018, ela lançou duas músicas, mas que foram encomendadas para trilhas de filmes). Intitulada Young Lion, foi escrita para seu filho, Isaak, que se identifica como um homem trans (ouça ao final da news).
“Jovem rapaz, deve ter sido tão pesado para você / Você deve ter se sentido tão sozinho Eu deveria ter sabido”, ela canta com sua voz inconfundível.
Sade influenciou muita gente, não apenas no universo da música, mas também da moda e do estilo. O visual de Sade, minimalista, elegante e marcante, refletia perfeitamente o som de sua banda, que combinava simplicidade e sofisticação. Isso ajudou a criar uma identidade visual forte para ela desde o inicio.
Smooth Operator, seu maior hit até hoje, já veio no álbum de estreia Diamond Life (1984) e foi o single que ajudou a impulsionar as vendas e a catapultar Sade de uma cantora promissora na cena britânica a um fenômeno global. O disco vendeu mais de 10 milhões de cópias.
Em 2000, Sade começou a se afastar dos holofotes após o lançamento de Lovers Rock. Ela passou 10 anos mais reclusa, morando numa zona rural da Inglaterra, longe da mídia, de estúdios e shows. Ela volta em 2010 com o álbum Soldier of Love, que estreou em primeiro lugar na Billboard 200 nos Estados Unidos e ganhou o certificado de Disco de Ouro. Esse lançamento também acabou reafirmando o poder de Sade e a solidificou como uma artista que consegue se manter relevante mesmo após longos períodos afastada.
Por isso esse lançamento tem sido tão comentado e celebrado. E por enquanto é só uma música, feita para um projeto específico, a nova compilação da série Red Hot, ONG dedicada ao combate à AIDS por meio da cultura pop, lançada há 35 anos no auge da epidemia de AIDS )eu tinha muitos CDs Red Hot, as coletâneas eram muito boas).
E pelo visto continuam sendo. Intitulado Transa, o álbum reúne mais de 80 artistas, incluindo muitos músicos transgêneros e não binários. Além de Sade, ainda tem Sam Smith, André 3000, Perfume Genius, entre muitos outros nomes - destacar o trabalho de artistas trans menos conhecidos foi um objetivo central desde o início.
E sim, o título do álbum é inspirado pelo LP do Caetano, gravado enquanto ele vivia em Londres, durante os anos de regime militar no Brasil. “Por ter sido escrito no exílio, o álbum oferece uma boa analogia sobre como pessoas trans estão encontrando novas formas de viver”, disse Dust Reid, que integra o time criativo da coletânea. Caetano aparece no álbum com a faixa (que eu adoro) You Don’t Know Me, cantada por Devendra Banhart, fã assumido do cantor.
Outro cover lindo é I Would Die 4U, do Prince, cantada por Lauren Auder com participação da dupla Wendy & Lisa, colaboradoras originais do Prince. Tá linda e passioanl essa versão e já está disponível no spotify.
Hoje aos 65 anos, Sade ainda influencia muitas cantoras e personalidades, como Beyoncé, Kelly Rowland, Kim Kardashian e Kate Bosworth, que têm sido vistas usando camisetas com seu rosto estampado (eu tenho uma também, do Studio Vinco). E a gente continua esperando por mais música e mais shows #vemsade
Red Hot Transa será lançado em 22 de novembro.
🗣️ Falando em ícones…
Eu fiz uma news ano passado explorando. a construção de um ícone. Hoje em dia a palavra “ícone” ou “icônico” é usada como um adjetivo comum e perdeu seu sentido. Aqui tem mais sobre isso, entre na conversa!
A LVMH vendeu a marca Off-White para a Bluestar Alliance, uma empresa de gestão de marcas com sede em Nova York.
Comprar e vender marcas faz parte da rotina de um conglomerado. E embora seja algo regular, são poucas as marcas que conseguem realizar uma mudança significativa na popularidade de uma empresa, especialmente entre o público mais jovem.
A marca criada por Virgil Abloh em 2013 virou uma febre global com seu streetwear de alta qualidade enquanto a Louis Vuitton tentava arduamente se conectar com o público jovem. Em 2018, grife francesa nomeou Abloh como seu diretor artístico e adquiriu uma participação minoritária na marca Off-White. Virgil deu vida nova à marca e trouxe novos códigos de moda, o que fez a holding de luxo aumentar sua participação minoritária para 60% da empresa.
Mas um ano depois, Abloh descobre um um câncer raro e faleceu aos 41 anos, em 2021.
Segundo o CEO da Off-White, Cristiano Fagnani, tem sido difícil trazê-la de volta às suas raízes e seu valor cultural. Por isso, a LVMH agora vendeu sua participação na marca Off-White para a Bluestar Alliance por um valor não divulgado.
E quem é a Bluestar Alliance? É uma empresa americana de gestão conhecida por adquirir marcas em estado crítico para, em seguida, licenciar a grife, muitas vezes a um preço mais baixo. É uma pena ver a Off-White perder seu valor cultural.
🎧 O que eu tô ouvindo: os novos álbuns do Nick Cave e do The Cure; e ainda Sade, Amy Winehouse, Lauren Auder e Chappell Roan.
📖 O que eu tô lendo: Quero Estar Acordado Quando Morrer, de Atef Abu Saif, um diário (chocante) da vida em Gaza desde o início da guerra, em outubro de 2023.
📖 Último livro que li: Paixão Simples, de Annie Ernaux, um relato profundamente humano sobre a experiência de se apaixonar.
📺 O que eu tô assistindo: Disclaimer, dirigida por Alfonso Cuarón, com Cate Blanchett (Apple TV).
🎞️ Último filme que vi no cinema: O Quarto ao Lado, de Almodóvar, com Julianne Moore e Tilda Swinton.
🎦 Último doc que vi: Elizabeth Taylor: The Lost Tapes (Max), a história de Liz contada por ela própria, um pouco diferente do que aprendemos pela mídia.
📸 Uma série de fotos que amei: Coletivos, de Cássio Vasconcellos. Clica aqui pra ver, é incrível e traz questionamentos bem pertinentes.
E pra encerrar 👋 💋
Young man
It's been so heavy for you
You must have felt so alone
The anguish and pain
I should have known
With such a heavy burden
You had to carry all on your own
Forgive me, son
I should have known
Bonus Track: Babyfather (2010), linda e delicada, tem a participação do filho de Sade, na época com 14 anos.
ainda que seja meu tema há tantos anos, me impacta demais reconhecer vocabulário visual como complemento, reforço e identificador de ideias -- de tantos jeitos possíveis! na sade e na chappel roan com o mesmo peso mas com tanta característica única, autêntica 🤩 pra mim faz todo sentido que essas canções (com tudo que as constroem) venham acompanhadas dessas experiências em imagem!