Leigh Bowery: da contra cultura ao mainstream
O artista que influenciou de Galliano a Lady Gaga é tema de exposição na Tate
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Bom dia! ☀️
Na news de hoje:
Leigh Bowery
Verdade ou Mentira
What's up Doechii girl
Quote: Uma frase pra refletir 🤯🤔
1 música pra encerrar: Denial Is a River
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Leigh Bowery
O artista que influenciou de Galliano a Lady Gaga é tema de exposição na Tate
Conheci o trabalho de Leigh Bowery (1961 - 1994) quando tinha uns 20 e poucos anos e morava em Londres. Artista, performer, criativo e muso, ele influenciou muita gente e deixou uma marca inegável no mundo da arte e da cultura.
Bowery assumiu muitos papéis diferentes. Em uma diária de trabalho ele podia estar assinando a direção de arte do clipe Unfinished Sympathy, do Massive Attack, ou posando nu para o artista Lucien Freud.
A Tate Modern abre na próxima semana a exposição Leigh Bowery!, que conta de sua ascensão na cena noturna de Londres nos anos 1980 (com a noite Taboo) até virar uma influência da cultura pop e o criador de algumas das imagens mais icônicas das décadas de 1980 e 1990. John Galliano, Alexander McQueen, Boy George, Marc Jacobs, Kim Jones, Gareth Pugh, Lady Gaga e Anohni estão entre os artistas que foram profundamente influenciados por Leigh.
Ícone da contracultura que inspirou o mainstream, ele foi um gênio do cross dressing, reinventou roupas e maquiagem como formas de pintura e escultura, e também como ferramentas para testar os limites do corpo, da roupa e do gênero.
“Esta exposição eclética e imersiva oferece uma rara oportunidade de vivenciar muitos dos "looks" de Bowery ao lado de suas colaborações com artistas como Michael Clark, Nick Knight e Lucian Freud", explica o release da mostra.
Quem passar por Londres esse ano, recomendo muito que vá na Tate, a expo inaugura dia 27 de fevereiro (meu aniver) fica até dia 31 de agosto.
Verdade ou mentira?
De carona em uma Maserati
Saindo de um jantar no Dalva e Dito, eu aguardava o táxi para voltar para casa. Vi uma amiga influenciadora que estava do lado de fora fumando um cigarro e fui me despedir. Ela perguntou se eu estava esperando o táxi; eu disse que sim. Daí ela falou: “Então pode cancelar. Vai com a minha Maserati. Vou ligar pro motorista vir te pegar".
Minha amiga era embaixadora da Maserati, tradicional marca italiana de carros de luxo (hoje parte da Ferrari), que vende carros a partir de R$ 500 mil. E ela sempre tinha um modelo à disposição com um motorista que a levava para onde quisesse.
Em menos de três minutos, o carro estava na minha frente. Era um modelo daqueles apertadinhos, que tem só dois lugares, motorista e passageiro. Só que o motorista parecia mais um playboy curtindo a noite num carro envenenado do que… um motorista de carro de luxo. Sei que motorista não tem cara, mas eu esperava um figura mais formal.
Entrei no carro, e assim que o motorista acelerou, percebi que ele dirigia… um pouco rápido demais. Eu meio sem graça e, de verdade, com medo rsrsrs. Entendo que é uma Maserati, mas entendo também que estamos em São Paulo e não em uma estrada deserta.
"Você dirige assim com todos os passageiros?", perguntei. Ele riu. "Na verdade, não sou motorista profissional. Sou primo da sua amiga. Ela me ligou porque queria continuar fumando e pediu para te levar." Olhei para ele de novo. A jaqueta de couro, o relógio caro, a confiança. Tudo fez sentido. “Mas posso garantir que a experiência será cinco estrelas."
E foi. Porque, antes de me deixar em casa, ele fez um desvio e me levou para dar uma volta na cidade. Tocava Come On Eileen alto, abri o vidro, o vento entrou, o tempo congelou.
Quando chegamos em casa, fiquei com vergonha de parar o carro na frente do prédio. O que o porteiro ia pensar? Que eu, casada, estava voltando de um passeio meio íntimo com outra pessoa? Que eu tinha um amante? Sei lá. Pedi pra estacionar uns três prédios pra trás, me despedi e fui embora.
Na próxima news eu conto.
What's up Doechii?
Doechii já vinha chamando atenção, mas virou uma das sensações do momento após ter sido indicada para três Grammy - venceu em Melhor Álbum de Rap com o ótimo Alligator Bites Never Heal.
Doechii, cujo nome real é Jaylah Hickmon, surgiu na cena com o EP Oh the Places You’ll Go, em 2020, e vem se consolidando como uma artista pra gente ficar de olho. Vale assistir as apresentações que ela fez no The Late Show e no Tiny Desk.
E eu adoro seu estilo, que é um mix de preppy com o visual hip hop dos anos 1990, com muita alfaiataria. Ela tem usado bastante Miu Miu, Vivienne Westwood e Thom Browne.




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Fashism
“Dress code é uma técnica de controle das pessoas, para regular seus corpos. E ninguém sabe disso melhor do que os fascistas”. Assim a escritora Mel Campbell descreve um termo há muito tempo usado na sociedade — e bastante comum na moda — que aproveita esse controle para disciplinar e segregar.
Curator x Creator
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🎧 O que eu tô ouvindo: O álbum de estreia da Doechii, Alligator Bites Never Heal. Minha preferida é Denial Is a River.
📺 Última série que vi: The Order (Prime Video), com Jude Law. Conta a história verdadeira de um grupo supremacista branco que aterrorizou os EUA nos anos 1980. Thriller policial com uma crítica aos extremismos políticos.
🎞️ Últimos filmes que vi no cinema: Conclave, sobre o processo de seleção para um novo para católico. Recomendadíssimo. Fotografia e figurino lindos. E abre conversa pra dois pontos, que vou abordar mais pra frente quando a maioria das pessoas já tiver visto. E A Complete Unkown, com Thimotée Chalamet como Bob Dylan, adorei, estrei dia 27.02.
🎞️ Último filme que vi no streaming: The Apprentice, que se passa nos anos 70 e 80 em Nova York e conta a história do Trump. O filme foi indicado para muitos prêmios, incluindo os de melhores atores para Sebastian Stan e Jeremy Strong.
🎦 Último exposição que fui: S2S2S2, de Hiram Latorre, na Martins Montero.
📸 Um trabalho artístico: A obra de Mike Kelley, especialmente a série dos bichos de pelúcia. Kelley foi um artista americano que misturava desenho, video, colagem, performance e objetos que encontrava. O álbum Dirty, do Sonic Youth (1992), traz na capa a obra de Kelley Ahh…Youth!, que ecoa a energia crua e distorcida do álbum.
“My life is mine.”
Tracee Ellis Ross
E pra encerrar 👋 💋
Denial Is a River, Doechii